Por que os sistemas fotovoltaicos são normalmente projetados para gerar menos que nosso consumo médio?!?

Quando se dimensiona uma solução fotovoltaica, é avaliada a média de consumo do cliente em um ciclo de 12 meses. Isto porque, ao avaliarmos este período, levamos em consideração a sazonalidade do ano, obtendo assim um resultado mais preciso e confiável. Da mesma maneira que nosso consumo varia de um mês para outro, também a geração de energia sofre alterações em função desta sazonalidade. Para nossa alegria, porém, todas as faturas apresentam o histórico dos últimos 12 meses, tornando esta análise mais rápida e simples

Entretanto, por mais que seja possível tecnicamente realizar um projeto capaz de gerar o equivalente ao consumo do cliente, notamos que na maioria dos projetos a energia gerada fica pouco abaixo da energia consumida.

Isto por que também levamos em consideração a chamada Tarifa de Disponibilidade.

Esta tarifa, sob a regulação da Resolução n. 414 de 2010, define que cada consumidor terá um valor mínimo (em kWh) a ser consumido, com valor fixo de acordo com o padrão elétrico que o alimenta.

Caso o consumidor seja alimentado por uma rede MONOFASICA, por exemplo, seu consumo mínimo será de 30kWh. Desta maneira, mesmo que o cliente mantenha toda sua instalação desligada por um período de um mês, por exemplo, ainda assim virá em sua fatura uma cobrança de 30kWh.

Por outro lado, um cliente alimentado por rede BIFÁSICA terá tarifa mínima de 50kWh, enquanto um cliente alimentado por rede TRIFÁSICA terá tarifa mínima de 100kWh.

Com isso, ao elaboramos um projeto fotovoltaico, devemos levar em consideração esta tarifa mínima, dimensionando o sistema para gerar o equivalente ao consumo do cliente, descontado este valor.

Como o sistema fotovoltaico possui custo de implantação proporcional à potência a ser gerada, esta analise se torna importante pois permite desenvolver um sistema mais otimizado, em relação ao perfil de consumo do cliente.

Em resumo, mesmo que um sistema gere 100% da energia consumida por um cliente, ainda assim a fatura não viria “zerada”, pois independente da potência a ser gerada, ele ainda terá a cobrança da TAXA DE DISPONIBILIDADE.

Fabio Muniz.

Eng. Eletricista – CREA 70634/D